Ao se trabalhar a questão de
etnias em sala de aula, deve-se lembrar de toda a trajetória histórica dessa
questão no campo da educação. Pois esta foi excludente tanto no acesso de
diferentes etnias, como também no estudo das mesmas pelos alunos. É
interessante trabalhar sobre a perspectiva traçada por Bourdieu, pois este
apresenta que a exclusão cultural também é uma forma de violência, e disso os
educadores devem ter consciência em sala de aula, para não continuar
reproduzindo um discurso excludente.
A escola torna-se assim um
espaço propício para a quebra de paradigmas sociais, pois os alunos trazem
consigo todos os estigmas sociais e também o preconceito imposto pela sociedade
e suas famílias. Com isto o professor pode romper essa barreira, com uma ação
educativa a qual carregue consigo conteúdos que desconstruam as práticas
sociais as quais os alunos estão acostumados a executarem. Gerando assim uma
reflexão dos mesmos em suas práticas e também na compreensão das práticas da
sociedade.
O
professor deve ir além do que está nos livros didáticos, deve sim é pesquisar e
buscar materiais que lhe forneçam lastro cultural. Buscando assim o discurso do
outro também, dos movimentos de lutas sociais e também as fontes primárias que
podem ter uma nova interpretação com este novo olhar do pesquisador. Será um
difícil exercício para o profissional, pois a formação multiculturalista é
recente na matriz curricular das universidades. Sendo assim o principal fator
para esse exercício é a sensibilidade profissional.