Monday, December 25, 2017

Leitura de ontem: "Poesia com Rapadura" de Bráulio Bessa.


          Pensa num livro de poesia suave, mas que ao mesmo tempo mexe muito com o seu íntimo e com toda a sutileza do embaixador da cultura nordestina na internet. Muito bacana para dar de presente, para quem for. Pois é aquela poesia carregada de crítica, mas de alma leve.
             Com ilustrações de xilogravura, traz consigo a levesa do ser nordestino. A levesa do modo de ver o mundo, mesmo que cascudo ainda existem coisas belas. 

Sunday, December 24, 2017

Leitura do outro dia: " Uma bolota molenga e feliz", de Sarah Andersen


          Pensa num livro que é uma crítica a dita geração millenium, é ele. A autora ficou conhecida por suas tirinhas na internet e este livro é uma coletânea delas. Apresentado de forma bem divertida, posso dizer que tive alguns momentos de identificação sim. Ela captura através de seus traços simples, mas de um texto muito objetivo a atual vida adulta dessa geração. Gostei, recomendo como presente e também como leitura. 

Thursday, December 21, 2017

O PAPEL DA MÍDIA NA CRIAÇÃO DO MEDO DO CRIME

            Sabe-se que a mídia televisiva é uma concessão pública no Brasil, isto é não é qualquer um que pode abrir uma emissora de televisão. Pois existem critérios que definem um perfil de administrador e que isso passa por um aval político. Sendo assim se você pretende abrir um canal aberto de televisão aberta no Brasil, deve pedir autorização ao governo e para tal muitos dos atuais “donos” de canais abertos dependeram de favores políticos para conseguirem obter tal concessão, com isto demonstra-se de que a mídia formadora de opinião não é livre e sim sujeita a interesses governamentais.
            Há também por trás da mídia quem a mantém, do que sobrevive um canal de televisão, como que ele ganha dinheiro para se manter. Isso ocorre por meio da venda de horário e espaço para comerciais. Sendo assim grandes corporações compram esse caros espaços de propaganda para exibição de seus produtos e suas ideias. Nota-se assim que um canal de televisão não pode fazer propaganda contra de quem o permitiu funcionar (o governo) e tampouco de quem o sustenta (grandes empresas e corporações). A mídia então não é livre para expressar e investigar aquilo que ela bem entender, ela está a serviço de seus patrocinadores e distorce assim a realidade para a população.
            A mídia assim sendo entra com um papel fundamental de controle social, por meio da criação da sensação de medo na população, o que faz com que a mesma não preste atenção em assuntos de interesse geral e se limite em resguardar-se para que nada de mal ocorra com a  mesma. E para que serve o controle social que pode ser exercido pela mídia? Para tal caracterização será necessário citar o que vem a ser controle social, de acordo com BOTTOMORE e OUTHWAITE (1996):

Esse conceito descreve a capacidade da sociedade de se auto-regular, bem como os meios que ela utiliza para induzir a submissão a seus padrões. Repousa na crença de que a ordem não é mantida apenas, nem sequer principalmente, por sistemas jurídicos ou sanções formais, mas é, sim o produto de instituições, relações e processos sociais mais amplos.


            Com a caracterização feita anteriormente, nota-se que a mídia por meio de seus telejornais e programas policiais exerce sim um papel de controle social na criação do medo na população e no direcionamento do foco das informações. Pois a ênfase dada aos atos de violência criminal ao cidadão é maior maior do que a o espaço das matérias de corrupção que caracterizam-se também como uma violência simbólica contra o contribuinte.
            O medo é caracterizado por BORGES (2011) como uma emoção, a qual é construída por meio do convívio social humano. Sendo assim muito dos tidos como “medo” podem ser reais e produtivos, ou imaginários e destrutivos. Não quer dizer aqui que a violência seja algo fictício inventado pela mídia, mas que esta a exponencia numa proporção a qual não é real. Crimes ocorrem sim a toda hora e em qualquer local, mas não pode ser isso que seja motivo de criar toda uma indústria da segurança privada e o medo em sair de locais tidos como seguros, que afastarão o sujeito do convívio social.
            Por meio da criação do medo de assaltos a residências por exemplo a construção de condomínios fechados e com segurança privada aumentou exponencialmente no Brasil nos últimos anos. O que não impede atualmente que os bandidos invadam essas propriedades e efetuem arrastões, no qual essa camada da população acaba sendo de certo modo violentada. Apenas dá um ar de maior segurança, mas não garante que a mesma exista de fato.
            Sendo assim a violência não é um fenômeno isolado, uni causal e se manifesta sob diversas formas. De maneira geral, essas formas de violência ganham visibilidade e disseminação nos meios de comunicação, tanto na ficção quanto no jornalismo, tanto em texto quanto em imagens. A mídia deve ser entendida aqui como instrumento de controle social que contribui ou não para que o Estado assuma seu papel.
            Nota-se que a mídia não se preocupa em manter uma programação de qualidade a qual faça com que o indivíduo se liberte de seus medos e suas amarras, muito pelo contrário esta lucra significativamente para que este permaneça alienado e temeroso ao que pode ocorrer com ele em contato com o mundo exterior. Com isso cada vez mais aumenta o índice de indivíduos com fobias sociais e neuróticos com segurança.
            A mídia detém o privilégio do alcance  de toda a população, uma vez que por se tratar de uma comunicação áudio-visual não é necessário ser alfabetizado para ter acesso a mesma. Falta-lhe encontrar seu verdadeiro sentido de indutora da cidadania, ou seja, despertar no indivíduo o interesse pelo bem comum, pelo bom funcionamento das instituições, pelo bem-estar da coletividade. Mas não convém a esta ( a mídia) favorecer o desenvolvimento de uma consciência crítica.
            Como a televisão no Brasil pertence a uma elite, ota-se que esta utiliza-se desse mecanismo da criação do medo, para esconder os grandes escândalos de desvio de dinheiro do governos, de acordos entre governo e grandes corporações e da falta de investimento do governo em muitos setores públicos. Sendo assim o indivíduo preocupa-se mais com os casos de violência urbana, recordando-se assim de casos considerados de pessoas tidas como monstros (Caso Nardoni, Caso Suzane Von Richtofenentre outros), do que propriamente em acompanhar o que o político no qual ele votou na ultima eleição está fazendo em benefício da população. Tornando assim a violência um espetáculo popular o qual  tem tanta audiência como os esportes populares no Brasil, no caso o futebol.
            A violência retratada pela mídia joga questões de julgamento para a cidadão. Lembre-se aqui do caso da jovem Eloá Cristina, a qual foi feita refém no próprio apartamento com mais 3 amigos e morta pelo ex-namorado (fato ocorrido em outubro de 2008). Esse caso foi televisionado do início ao fim pela mídia. Foi um espetáculo nacional, todos os jornais e programas policiais falavam do caso em tempo real e davam noticias de tudo o que ocorria. O que prejudicou inclusive a atuação da polícia , uma vez que esses programas interagiam com o rapaz via telefone e esse assistia tudo o que ocorria do lado de fora do cativeiro pela televisão.
            Esse fato rendeu assunto por uns três messes como mínimo para a mídia na época, e até hoje é assunto, pois ainda está em processo de julgamento. O que é de se chamar atenção é que fatos como esse ocorrem rotineiramente e não ganham a mínima importância. Apenas quando é interesse da mídia e de políticos. Assim como outros casos de violência extrema que chocam, mas que possuem uma certa identificação social com o público de audiência da televisão aberta, ganha ênfase para que assim torne-se um espetáculo e todos de certo modo se identificam com a dor dos familiares das vítimas.
            O interesse em tornar esses casos de grande identificação popular num espetáculo, serve também para aumentar a audiência o que faz com que o preço cobrado pela propaganda vinculada a esses programas subam de preço. Uma vez que estão sendo assistidos por um número maior de pessoas e dando assim maior visibilidade aos produtos ali exibidos.
            É muito comum que tanto os programas policiais como os telejornais façam em cada caso toda uma dramatização da cena do crime com auxílio da computação gráfica, com o intuito de por o telespectador dentro da cena do crime e que assim ele poder emitir de certo modo um juízo de valor sobre o fato. Funcionando assim a mídia como uma formadora de um pré julgamento antes mesmo da conclusão do inquérito policial, pois além de toda essa dramatização a mesma coleta depoimentos de familiares e conhecidos tanto da vítima como do apontado por ela como algoz. Trabalhando assim com a mesma dinâmica de um julgamento oficial e colocando a população na posição privilegiada de juri, a qual condena ou não a atitude do sujeito antes mesmo deste ir para o julgamento e antes mesmo da apreciação de todas as provas do fato.
            Fica aqui o questionamento, até onde a mídia pode noticiar um fato sem interferir no julgamento do mesmo. Como desenvolver uma mídia que não cause um desserviço para a população e não se utilize dos seus mecanismos como forma de alienar e angariar mais fundos para a sua tão lucrativa função. É uma situação delicada, pois cada vez que se fala em um código de ética para a mídia, a mesma joga para a população de forma a dar a entender que está sendo censurada e que como isso pode ocorrer num Estado livre e democrático.
            O questionamento fica ainda mais intenso quando nota-se que quem detém o poder da mídia cria mecanismos de controle por meio dela, através da dominação do medo, mexendo assim fortemente com o imaginário popular e distanciando as pessoas assim de uma sociabilidade. Pois causa assim o medo do outro, o outro pode ser um assassino em série, ou um violentador de criancinhas de acordo com o perfil traçado pela mídia com o auxílio de “especialistas” entendidos do assunto.
            Por meio dos argumentos apresentados ao longo deste artigo, pode-se perceber de que o medo com relação a violência urbana é socialmente construído, e fortemente influenciado pela ênfase midiática dada ao tema. Evidenciando assim que a mídia transpõem também a realidade desigual da sociedade e a sua hierarquização.
             A mídia exerce um importante papel no desenvolvimento de orientações culturais, visões de mundo, crenças, valores e imagens (geralmente estereotipadas). O fato é que a TV domina a vida das crianças e adolescentes, pois estes passam horas diante da televisão, sendo assim bombardeados por todo e qualquer tipo de informação por ela prestada.  E na televisão aberta quando um fato de grande monta como os já citados anteriormente acontecem, algumas emissoras interrompem qualquer que seja a programação, para não perder o furo de reportagem e assim garantir o seu alto índice de audiência. Não se importando nem mesmo se é o horário da programação infanto-juvenil. Com isto, pode-se caracterizar-se o medo pelo crescimento do sentimento de vulnerabilidade dos indivíduos, o qual pode ser creditado em grande parte pela mídia a qual noticia os fatos e também os torna um espetáculo teatralizado para o grande público.
            Sendo assim uma pessoa que se mantém sem assistir televisão não possui a mesma sensação de insegurança do que outro que assiste diariamente. Pois este que não assiste, apenas se itera da violência cercana e não de crimes os quais ocorrem em localidades por ele nunca imaginadas e tampouco visitadas. A rotina dele se torna mais tranquila e menos carregada de preocupações com relação a violência do que o sujeito que assiste programas policiais.
            Deve-se tomar muito com relação ao papel da mídia ante a violência urbana, pois esta também não pode fingir de que isto não existe, mas sim tratar do tema com maior discernimento, por exemplo buscando quais são os fatores sócio-econômicos que fazem com que exista essa violência e buscar com a comunidade prováveis possíveis soluções para a problemática. Sem fazer da violência um teatro dramático com roteiro de telenovela.
            E que  a criação do medo não funcione mais como uma “cortina de fumaça”, a qual serve para desviar a atenção da população de temas importantes (corrupção, educação, saúde pública …) para que esta fique alienada a pensar apenas na sua segurança em particular.  Para que assim a mídia exerça uma função social de mobilização social para o debate de problemas públicos, por meio de seu espaço midiático e sua abrangência.
            Acredita-se que se o atrelamento ao governo fosse reduzido e também o espaço de comercialização também fosse reduzido, em compensação receberia uma parte em patrocínio público. Pode ser que assim esta não precisa-se lutar tanto por audiência e submeter os seus telespectadores a assistirem casos tão fora do normal. Pode ser que assim talvez melhorasse a qualidade programática da televisão aberta no Brasil.
            Contudo há muito que se desenvolver sobre mídia no Brasil, tendo em vista que o país ainda importa muitos formatos de programas do exterior e não busca em muitos casos produzir ideias próprias para o público ao qual ela atende. Então enquanto isso ocorrer dificilmente haja uma mudança significativa na mídia televisiva do Brasil.














Referências

OUTHWAITE, W.; BOTTOMORE, T. (eds.). Dicionário do pensamento social do século XX.Rio de Janeiro: Zahar, 1996.

SENTO-SÉ, João Trajano. Violência, medo e mídia: notas para um programa de pesquisa. In: <www.lav.uerj.br/docs/art/jt/jt_2003-COMUM.pdf >. Acesso em: 10 jun. 2012.


WACQUANT, Loïe. Insegurança social e surgimento da preocupação com a segurança. In < www.panoptica.org/panpticaedio19julho2010/19_8.pdf > . Acesso em: 10 jun. 2012.

Wednesday, December 20, 2017

Fronteira: Paraguai e Brasil, conflitos.


            Esta pesquisa está dirigida ao contexto histórico e geográfico da área de fronteira existente entre o Paraguai e o Brasil. Pois hoje na presente região existe um conflito sobre a posse de terras em território paraguaio, compradas por brasileiros e reivindicadas por “canpesinos” paraguaios. Trata-se de um conflito rural, no qual o governo paraguaio ainda não tomou partido no que tange a que lado apoiará ou não, assim como o governo brasileiro aparentemente ainda não se posicionou sobre a questão.
              O solo e o clima dessas duas regiões são bem semelhantes ao do Oeste do Paraná, pois o solo é o que se diz de “terra roxa”, o qual caracteriza-se por ser vermelho e fértil e originar-se de decomposição vulcânica. E o clima caracteriza-se por ser em sua maior parte, do território paraguaio, subtropical úmido. Sendo assim um local propício para a agricultura e também pecuária.
            A região em conflito do Paraguai é localizada nos departamentos[1] (equivalente ao que seria em português estado) de Alto Paraná e Itapua. Situ-se na faixa de fronteira com o Brasil, a qual existe o Lago de Itaipu, construído artificialmente para atender a Usina Hidroelétrica Itaipu Binacional[2] e também o rio Paraná.
            Sabe-se que o departamento de Itapua não é fronteiriço com o  Brasil e sim com a Argentina, mas é também uma região a qual é palco do mesmo conflito existente no departamento de Alto Paraná. As pergunta a serem feitas para a continuidade da pesquisa são: Quando os brasileiros foram para o Paraguai? Por que? Para que foram? E como estão hoje?
            O contexto histórico ao qual está inserido esse processo de colonização brasileira no Paraguai se dá com o advento da Usina Hidroelétrica Itaipu Binacional, a qual desapropriou grandes áreas de terras e pagou as indenizações devidas aos seus proprietários. Que com isso migraram para o Paraguai atraídos pelas terras férteis , baratas e também a proximidade geográfica de suas origens. Houve também um incentivo para essa migração, por parte do governo ditatorial de Alfredo Stroessner, o qual via nesses imigrantes uma possibilidade de alcançar um desenvolvimento no âmbito internacional com a exportação da soja.
            O processo de migração dos agricultores brasileiros para o Paraguai não expandiu apenas a fronteira agrícola brasileira, mas também a fronteira cultural. Pois consigo levaram o método de produção agrícola cooperativista, já presente no Oeste do Paraná e também suas tradições e costumes. Existe uma hostilidade entre os produtores brasiguaios e paraguaios e isso se dá pelo fato de que os brasiguaios buscam manter suas origens e suas raízes. Sendo assim dificilmente casam-se com paraguaios, falam ainda o português e buscam sempre serem atendidos no Brasil ( em serviços de saúde, educação, entre outros ).
            Atualmente na realidade democrática a qual o Paraguai está inserido, nota-se que é um país de grande desigualdade social. Sendo assim a questão do campo um tema chave para promessas políticas. E isso se deu na campanha eleitoral do atual presidente da nação paraguaia, Fernando Lugo. O qual pertencia a um partido de oposição (APC[3]), e elegeu-se, mas até então sempre manteve uma postura de respeito com os líderes populistas da América Latina. E por isso pode ser que ainda não tenha resolvido a questão da reforma agrária e também do conflito. Mas mantém as áreas em conflito com policiamento e a legislação paraguaia também permite o porte e uso de arma de fogo para defesa. Com isso os conflitos ainda não chegaram a vias de fato, mas a tensão existente e a pressão social é grande.
            A tensão pela questão da terra no Paraguai toma uma proporção ainda maior, por esta nação ter 35% de seus habitantes vivendo em condição de pobreza extrema. E grande parte das terras produtivas se concentram em 2% da população, nesse percentual enquadram-se latifundiários brasileiros.

Referências:
CATTA, Luiz Eduardo. O cotidiano de uma fronteira: a perversidade da modernidade. Cascavel: Edunioste, 2002.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. Fronteiras do Milênio. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2001.
SANTOS, Maria Elena Pires and CAVALCANTI, Marilda Do Couto. Identidades híbridas, língua(gens) provisórias-alunos "brasiguaios" em foco.Trab. linguist. apl.[online]. 2008, vol.47, n.2, pp. 429-446. ISSN 0103-1813. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-18132008000200010.



[1] O Paraguai está dividido em 17 Departamentos (departamientos), cada departamento é dividido em distritos.
[2]               A Usina Hidrelétrica de Itaipu é uma usina binacional localizada no Rio Paraná, na fronteira entre Brasil e Paraguai. Construída por ambos os países no período de 1975 a 1982, Itaipu é, hoje, a maior usina geradora de energia do mundo
[3]    Alianza Patriotica para el Cambio.

Monday, December 18, 2017

Ler e escrever.

                  O tema de hoje, parecer chover no molhado, mas se quisermos escrever melhor, a leitura se torna algo obrigatório. Mas eu acrescento muitas outras atividades para uma boa escrita, entre elas estão, se conhecer melhor, observar as pessoas quando falam e o que falam.
              Acredito eu que se uma pessoa quer escrever, além de muita criatividade, deve ser um exímio observador da vida e das relações humanas. Existem autores que são fenomenais nessa arte e conseguem prender seus leitores, e quando eu digo aqui prender, é praticamente raptar o leitor para dentro do livro.
              Sempre gostei muito de ler e também sou muito falante. Escrever é algo um tanto complicado para mim, mas eu tenho que exercitar isso em mim. Pois acredito que a escrita é de veras importante para a comunicação e para de certa forma imortalizar nossas ideias e também nosso conhecimento.

              Então, vamos lá! Ler e escrever, escrever e ler. Observar, perguntar, ouvir, sentir, pensar, refletir e escrever.  

Sunday, December 17, 2017

Peppa Pig

             Uns tempos atrás andou circulando por diversas redes sociais um estudo que dizia que assistir a Peppa Pig era prejudicial para a formação psico-social da criança. Mas esse estudo esqueceu de dizer que isso foi embasado na primeira temporada, a qual até já foi retirada do as há um bom tempo. Pois notou-se a rejeição dos pais.
              As demais temporadas não apresentam os problemas apontados pela referida pesquisa, pois os autores e criadores, souberam lidar com as criticas. E hoje quando assisto Peppa com a minha filha, o que assisto é uma família muito presente. Vejo que ela não é egoísta, mas também possui falhas como nós todos humanos.
              Gosto muito da mãe da Peppa, a qual não permite que ninguém a diminua ou ofenda alguém de sua família. As crianças sempre estão fazendo coisas de crianças, não é nenhum desenho tipo Missão Impossível  infantil. Dou muita risada, pois mesmo com traçado simples, há nos personagens muita expressividade.

              Pode-se escrever uma dissertação sobre este tema, mas eu queria mesmo era fazer uma reflexão sobre a Peppa que é muito apedrejada por muita gente que nem ao menos se dá ao trabalho de assisti-la, apenas ecoa as críticas já postas. 

Saturday, December 16, 2017

Brincar.

             Com nascimento da minha filha, parece que ganhei um novo alvará de infância. Pois quando se é adulto e gosta de brincar os demais adultos te olham estranho. E para parecer um pouco normal, ou você tem um filho ou você busca uma profissão em que possa brincar sem parecer muito esquisito.
              Pois bem já fui recreacionista infantil, o que era muito divertido. Dava um trabalhão, mas eu gostava muito em poder proporcionar as demais crianças brincadeiras super divertidas. Também já lecionei no Ensino Fundamental II e no Ensino Médio, e sempre que podia encaixava alguma brincadeira com o conteúdo programático. O que tornava as aulas e o aprendizado muito mais tranquilo para os alunos.
              Mas hoje sou mãe, e não há comparação brincar com seu filho ou com as demais crianças. Poder acompanhar o desenvolvimento do seu filho nas brincadeiras e como isso aumenta os laços afetivos da relação. Sou uma defensora da brincadeira, do lúdico em todas as fases do desenvolvimento humano.
              Acredito que se todos nós adultos tomássemos mais tempo de nossas vidas brincando ou proporcionando brincadeiras para as nossas crianças a nossa sociedade seria melhor futuramente. Pois isso geraria uma maior maturidade aos futuros adultos desta sociedade. A infância, acredito eu, é a fase mais importante do ser humano. É ela que vai determinar todo o seu desenvolvimento e se refletirá na fase adulta.  
              Vamos brincar mais, sair para fora das paredes quando possível, brincar ao ar livre, se sujar, correr e gastar todas as energias. As crianças de hoje agradecem, mas os adultos de amanhã serão eternamente gratos por nossas atitudes nesse sentido.

Thursday, December 7, 2017

A importância de ser voz e não eco.

          Hoje na internet devido a conjuntura do Brasil, acompanhamos um momento de polarização nas discussões. E isso não se dá apenas em discussões sobre política, ocorre em todos os assuntos, educacionais, artísticos, econômicos e assim por diante.
          Mas o que quero dizer com isso, é que tal polarização deixou o pessoal com preguiça de pesquisar, de ir atrás da fonte da informação. ficam repetindo e amplificando por muitas vezes opiniões de alguns poucos que escreveram algo. Isso é de uma probreza e mediocridade muito grande, como consequência temos perólas de qualquer espécie. 
           A preguiça em pesquisar em ir atrás da real informação já derrubou até mesmo profissionais da informação tarimbados, não digo apenas no Brasil, mas sim no mundo como um todo. É só acompanhar o que ocorreu com jornalistas da CNN que foram desmascarados pelo Tump após a sua eleição nos E.U.A. . 
           Um eco pode sim influenciar até mesmo em campanhas eleitorais, pode resultar em suicídio pelo assassinato de reputação. Pode influenciar até mesmo em queda ou forte alta de bolsa de valores, ou algo mais drástico ainda, em guerra.
            Devemos sim ter responsabilidade pelo que se escreve, pelo que se divulga. Pois a internet democratizou e acelerou também o acesso a informação, sem contar a sua forte capacidade de pulverização e amplificação da mesma.
 Não é censura o que digo, mas sim ética de todas as formas.

Audiência Pública na Câmara Municipal de Vereadores de Foz do Iguaçu - PR: A questão do ensino da Ideologia de Gênero e a Escola Sem Partido nas escolas municipais.

       No referido dia não me dirigi à Câmara para assistir a audiência pública, pois já previa que haveriam muitas pessoas tanto dentro quanto fora da instituição. Sabia também que seria um embate acalorado e não estava disposta a ouvir despautérios de quem quer que fosse.
          Assim sendo, telefonei para a Câmara naquele dia para saber se havia algum modo de assistir a audiência por meio da internet, e para a minha alegria havia sim. Assisti então ao vivo a sessão no conforto da minha casa, sem acotovelamentos e tampouco o calor escaldante daquele dia. 
        A imagem e o áudio em perfeita qualidade, o meu sofá e o ar condicionado também. Ao contrário dos discursos inflamados pelos dois lados, com pobreza de argumentos, de erudição e miséria de conhecimento cientifico sobre questões ali tratadas.
            Muitos representantes comunitários, sindicais e lideranças classistas. Faltou "tutano", lastro cientifico e cultural. Faltaram ali psiquiatras, psicólogos, neurologistas, psicopedagogos. Para explicarem se isso é ou não relevante para crianças de até dez anos de idade.
           A discussão ficou apenas na defesa de pontos de vista devido a trajetória de vida dos discursantes. Sinto que poderia ter sido uma experiência mais proveitosa para a sociedade iguaçuense, se melhor organizado fosse.