Sunday, June 30, 2013

A Revolução Midiática




              Vou falar aqui do que eu vivi até então, por isso sem linguagem formal ou científica. E tampouco espere que defenda um lado ou outro. O que sei é que quando eu era criança eu não tinha acesso a esse universo de informações chamado internet. Passei a ter acesso na minha adolescência, ainda com a internet discada.
             O que sei é que antes dessa dita internet, quem dominava mesmo eram os telejornais, as revistas e também os jornais. Como lembro, de que eu adorava assistir as notícias da “Guerra do Golfo”. A notícia fresquinha vinha por meio da televisão mesmo, era o mais rápido junto com o rádio. Mas o rádio eu usava para gravar as músicas na fita e escutar depois, por várias vezes.
            E hoje é tão fácil o acesso à notícias e também a distintas informações. Caramba, eu fico espantada só de lembrar como era antes e como é agora. Num clique tudo está na frete dos meus olhos. Eu tenho dúvida sobre algo, procuro a informação e logo aparecem vários sítios por meio dos indexadores.
              E o melhor de tudo isso é que o acesso é importante para você ver todos os lados da história. Assombroso é como ainda tem gente que acha que a informação não está lá, e tenta te enrolar com sua visão doutrinária de mundo. A educação liberta-nos para sabermos interpretar a informação a qual temos acesso.  

Friday, June 28, 2013

O jogo de regras e a indisciplina em sala de aula.



       A indisciplina escolar pode ter origens diversas, mas que devem ser pesquisadas pelos professores para a melhoria de sua prática docente em sala de aula. Pois o aluno que não consegue seguir as normas de convivência social, pode estar fazendo isso para atentar o profissional de outro problema que o mesmo possa estar passando. Mas um fator interessante da indisciplina é defendido por (ECCHELI, 2008 p. 200):
         “É provável que a indisciplina observada nas escolas esteja diretamente relacionada à falta de motivação dos alunos diante do fato de se verem obrigados a estar numa sala de aula sem entender o porquê e para quê daquilo, considerando os conteúdos inúteis ou, mesmo que sejam úteis, não compreendendo bem para que servem ...”

            Cabendo assim ao professor uma tornar suas aulas, mais interessantes aos alunos, fazendo com que os alunos se apercebam da significância dos conteúdos trabalhados em sala de aula no seu cotidiano. Partido dessa premissa, os conteúdos também podem ter uma abordagem mais motivadora originada pelo professor.
            Existem pesquisas que atentam para que a criança indisciplina em sala de aula, não é necessariamente indisciplinada em outros espaços de convívio social. Sabe-se de que há diferenças comportamentais de acordo com o espaço social no qual o jovem está inserido naquele momento. Como aponta (AQUINO, 1998 p. 5):
“Pois bem, esse tipo de entendimento da questão disciplinar, mais de cunho psicológico, merece pelo menos dois reparos: o primeiro, com relação à ideia de ausência absoluta de limites e do desrespeito às regras; o segundo, sobre a suposta permissividade dos pais.
         Vejamos o primeiro: se prestarmos um pouco de atenção nos alunos mais indisciplinados fora da sala de aula, num jogo coletivo, por exemplo, veremos o quanto as regras são muito bem conhecidas pelas crianças e adolescentes. Não é nada estranho a um jovem de hoje em dia a vivência de uma situação qualquer de acordo com as regras muito bem esclarecidas, rígidas na maioria das vezes.
         Um bom exemplo disso se encontra quando, num jogo ou brincadeira infantil, alguém não cumpre aquilo que foi acordado previamente entre os participantes, e este assim considerado “desviante” ou infrator é severamente punido ou mesmo expulso do jogo. No limite, pode-se afirmar que um “governo” infantil é nitidamente despótico, porque não prevê jurisprudências, prerrogativas, maleabilidade.”

            A teoria exposta anteriormente é interessante, pelo fato de que no jogo a sociedade envolvida pode ser utópica, a justiça é cumprida no exato momento em que se descobre a trapaça. Forjando assim um compromisso maior entre os alunos, quando trabalhado o jogo paralelamente ao conteúdo, pois há o julgamento dos valores e da disciplina que é questionada pelos próprios alunos durante o jogo.
            Existe um problema a ser pontuado no universo infanto-juvenil que é a falta do lazer lúdico, pois estes por muitas vezes são obrigados pelos seus pais a cumprirem agendas de atividades que nada possuem de lúdico e muito possuem de obrigações e compromissos. O que faz com que a criança ou adolescente não viva o lúdico que é fundamental nessa fase do desenvolvimento.
            É comum ver crianças apáticas devido ao abatimento causado pelas horas exaustivas de cursos e esportes extracurriculares que seus pais as submetem para que através desses cursos obtenham na fase adulta uma prosperidade econômica. Esquecendo-se da importância do brincar e jogar na infância e na adolescência, causando-lhes provavelmente futuros traumas, por não terem vivido de acordo com a idade biológica.
            O lúdico faz com que a imaginação aflore no indivíduo, despertando-lhe para a criatividade e para uma maior tranquilidade em momentos de adversidades. Pessoas que jogam e que brincam, conseguem apontar um maior número de possíveis soluções para um problema que lhes é apresentado. Como apontam (DIATKINE e LEBOVICI, 1985 p. 14):
         “Ação livre, sentida como fictícia e situada fora da vida comum, capaz, não obstante, de absorver totalmente o jogador ; ação despojada de qualquer interesse material e de qualquer utilidade, que se realiza num tempo e num espaço estritamente definidos; desenvolve-se com ordem, segundo regras estabelecidas, e suscita, na vida, relações de grupo que, saborosamente, se rodeiam de mistério, ou que acentuam, mediante o disfarce, o quão estranho são ao mundo habitual.”

            Essa carência de brincar e jogar, adequar-se aos limites do jogo e entregar-se ao universo infinito do lúdico, gera um desconforto e também uma ânsia no educando, para que essa falta seja suprida. Outra afirmação importante a ser considerada sobre a carência do lúdico em alguns casos é (DIATKINE e LEBOVICI, 1985 p. 12):
         “Com efeito, a atividade lúdica da criança é considerada com menosprezo pelo adulto, que a contrapõe ao seu trabalho cotidiano... Mas esta aplicação da técnica psicodramática é, em certos grupos , uma das melhores formas de abordar as dificuldades de identificação nas relações interpessoais.”

            As regras existentes num jogo possuem uma motivação para estarem estabelecidas, e a sua compreensão por parte dos jogadores é importante para que haja um desenvolvimento salutar da atividade proposta. Uma vez que, as regras são os limites que existem na sociedade miniaturizados para o universo lúdico do jogo. A simulação de atividades adultas por meio dos jogos facilitarão aos jogadores a compreensão das regras de convívio social quando estiverem na fase adulta como na afirmação a seguir, “Através da brincadeira, descobrem-se a vida social dos adultos e as regras que regem essas relações.” (CANEDA e GARÓFENO, 2005 p. 77).
            A compreensão das regras de um jogo a ser aplicado com crianças é importante, para que não haja um julgamento dúbio do mediador e dos outros jogadores com referência à situações adversas que se apresentem. Tanto os jogadores devem estar interados das regras como o mediador também, pois com todos os membros interados a dinâmica é mais intensa e não se torna necessário parar o jogo a todo instante para conferir e refletir as regras em cada caso isolado.
            Crianças possuem uma necessidade de regras e limites, que elas mesmas testam cotidianamente para conhecerem melhor o seu meio e a si própria como afirma (CHATEAU, 1987 p. 66):
         “A criança ama a regra; na regra ela encontra o instrumento mais seguro de sua afirmação; pela regra, ela manifesta a permanência do seu ser, de sua vontade, de sua autonomia.”

            A regra previamente estabelecida entre os jogadores é o ordenamento dos atos destes mesmos, pois sem as regras não há um roteiro a ser seguido por estes, claro que o lúdico vai abrir-lhes caminhos maiores dentro do jogo. Mas serão as regras que ordenarão a sequencia lógica do jogo e o papel de cada jogador inserido nesse contexto.
            Não se pode deturpar o jogo como um adestramento juvenil como muitos se utilizam dessa prática para esse fim, mas sim do jogo como um momento de reflexão de tomadas de decisão e também de vivência do lúdico e da criatividade infanto-juvenil. Sendo assim as regras não são para cerceamento da liberdade e da criatividade, mas sim normas de conduta dentro do contexto do jogo.
            A indisciplina escolar do aluno pode causar-lhe problemas na fase adulta por não ter percepção das regras sociais do universo adulto. Portanto é interessante que se faça um trabalho ainda na fase da infância ou mais tardar na adolescência, para que este não se prejudique na fase adulta por desconhecimento de convivência social.
            Se o indivíduo não é motivado a vivência social na infância e na adolescência, este tenderá a ter distúrbios comportamentais na fase adulta. Uma vez que para muitos cargos em empresas são exigidas certas aptidões sociais do indivíduo para a sua contratação, como liderança, oratória, relacionamento interpessoal dentre outros. E essas aptidões não são aprendidas como qualquer conhecimento científico, mas sim através da vivência de situações sociais adversas para que a mente se acostume a tomada de decisões.
            Na infância e na adolescência o caráter e a moral ainda são moldáveis, uma vez consolidados certos valores para os indivíduos, dificilmente serão remodelados ou substituíveis. Um exemplo é o preconceito que quando trabalhado desde a infância para acabar com ele no indivíduo é muito provável que na fase adulta desse sujeito ele já não tenha mais isso incutido em sua mente. Mas quando não são trabalhados, os problemas serão sérios para o sujeito principalmente e também para a sociedade.
            As regras, portanto do jogo facilitam ao aprendizado social do indivíduo, que levará esse conhecimento para a sua fase adulta. Sendo assim o jogo um instrumento fundamental para o aprendizado, que influenciará de modo direto na fase adulta. Podendo assim ser utilizado sem restrições para os casos de indisciplina escolar, pois é uma ferramenta que deve ser utilizada, mas sempre com o devido planejamento e com o devido propósito, para que não se torne algo sem sentido para os alunos e também sem função. Pois o jogo deve ter os seus propósitos bem claros para os seus participantes e também para o planejamento docente.


REFERÊNCIAS


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