Na educação tradicional tem-se a visão do indivíduo adulto como
um indivíduo pronto e acabado. Isto é ele passa por um processo de
preenchimento do saber de seu ser e sendo assim o aluno é concebido como um
adulto miniaturizado em constante atualização até atingir sua fase adulta.
Nessa abordagem educacional tradicionalista o professor é tido como o único
detentor do saber, não tendo assim espaço para as experiências de mundo dos
alunos, o aluno apenas executa assim as
tarefas que lhes são incumbidas e não há a troca de experiências tal qual como
se dá em outras concepções mais atuais, como é o caso da humanista.
No método
tradicionalista, a avaliação é de forma quantitativa, isto é o aluno é avaliado
pela quantidade de informações que este conseguiu absorver das explicações do
conteúdo, e não é avaliado qualitativamente. O homem
não escolhe o que irá aprender, mas sim a sociedade pré-moldada, engessada.
Verifica-se uma questão totalmente política e interesseira, baseando-se no tipo
de cidadão que ela deseja formar.
Segundo Mendonça (2009) o aluno é nessa concepção tradicionalista:
“...um receptor passivo até que, repleto das
informações necessárias, e pode repeti-las a outros que ainda não as
possuam, assim como pode ser eficiente em sua profissão, quando de posse dessas
informações e conteúdos. O homem era considerado tábula rasa, na qual são
impressas, progressivamente, imagens, informações fornecidas pelo ambiente.”
Já a educação progressista busca uma maior autonomia do
aluno, ou melhor, do educando com relação à importância de determinados
conteúdos ou matérias para a sua vivência ou seu projeto futuro de vida. Tem se
nessa concepção uma visão mais humanista e humanizada do aluno, respeitando-se
dele a sua idiossincrasia e seus anseios perante a importância do estudo para
sua vida. É como Brandão (2006) definiria o tipo ideal de educação, “A
educação existe no imaginário das pessoas e na ideologia dos grupos sociais, e
ali, sempre se espera, de dentro, ou sempre se diz para fora, que a sua missão
é transformar sujeitos e mundos em alguma coisa melhor...” (p. 12) . Entende-se
então por essa idealização teorizada por Brandão de que a escola progressista
seria i tipo ideal de escola, aquela que realmente atende aos anseios da
sociedade a qual esta presta seus serviços.
O
método avaliativo utilizado por essa perspectiva educacional vislumbra sem
qualitativo, mas sabe-se que nem sempre de fato é assim que ocorre. Pois para
que haja a sua real aplicabilidade deve-se sim haver uma grande transformação
ou revolução estrutural no sistema educacional, onde o professor ganhe uma
maior autonomia para escolher a sua didática. Mesmo na atual situação do Paraná
onde as escolas públicas possuem uma “gestão democrática”, sabe-se que não há
uma real democracia em funcionamento nessas instituições. Pois a escola não
possui liberdade suficiente para escolher um modelo educacional diferente do
que é imposto pelo governo estadual o qual por sua vez também é seu mantenedor.
Um
modelo a ser citado aqui como escola progressista pode ser a Escola da Ponte[1] que funciona em Portugal,
e que já exportou seu modelo para diversos países. É uma escola de caráter
inclusivo, democrático, que torna o aluno autônomo suficiente para escolher as
matérias que pretende estudar e quando vai estudá-las. Mas o que se pode notar
nesse modelo, foi uma grande participação da comunidade escolar em torno de
todos os processos, isto é , alunos, professores, funcionários e país.
Na
educação EAD (Educação à Distância), tem-se nela uma réplica dos sistemas
presenciais. Pois vê-se de que no sistema ao qual se está cursando, o curso
segue uma linha de educação tradicional, e justifica-se pelo fato de não ser
levada em conta a idiossincrasia de cada aluno, a formação se dá pela
informação repassada por apenas uma das pontas, o professor e o tutor à distância.
A maioria das avaliações são quantitativas, visto que não há uma conversa nos
fóruns tal qual como proposto. Segundo Cruz (2008):
“Assim, se os processos educativos são comunicativos, é preciso
apoiar o professor para que ele deixe de ser um emissor e se constitua como um
pesquisador das mídias construindo com os alunos um conhecimento num processo
de recepção que é ativo e não passivo. (p.7)
Como
reflexão sugere-se que se pense num modelo de educação EAD progressista, pois a
distância e a frieza das máquinas o torna tradicionalista por demasia. Uma vez
que os contatos via webconferências são escassos.
Referências Bibliográficas
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é
educação? São Paulo. Brasiliense, 2006. (Coleção Primeiros Passos; 20) 47ª
reimp. da 1ª ed. 1981. (116p).
CRUZ, Dulce Márcia. Mídias no ensino
superior: a formação docente e a educação presencial e virtual. Educação,
2007. Vol 32, Nº 02. http://coralx.ufsm.br/revce/2007/02/a10.htm . Acessado e impresso em ( 29/05/2008).
LOPES, Silvana
Mendonça. Evolução da Educação Brasileira. UTFPR ( Moodle, livro 03).
Especialização em Educação: Métodos e Técnicas de Ensino – 2009.
[1]“A
instituição surgiu na década de 1970, do
desejo de se fazer uma escola que respeitasse as diferenças individuais dos
alunos. Em 1976, as respostas a algumas interrogações deram origem a
profundas mudanças na organização da escola, na relação entre ela, instituição,
e os encarregados de educação dos alunos e nas relações estabelecidas com
diferentes parceiros locais. Um espaço realmente diferenciado, como os
educadores sempre sonharam.” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_da_Ponte )
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